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Mobilização da Frente Parlamentar Mista de Hotelaria e de entidades de hotelaria e eventos pressionou Haddad a recuar sobre o Perse


Na manhã do dia 5 de março, capitaneados pela Frente Parlamentar Mista da Hotelaria Brasileira (FPhotel), mais de 1200 hoteleiros, profissionais e diversas lideranças representativas de entidades e sindicatos laborais dos setores de turismo e eventos, além de diversos parlamentares, estiveram reunidos no plenário do Senado Federal, para defender a manutenção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e debater os problemas trazidos pela sua extinção para os setores de hotelaria e eventos, dois segmentos beneficiados pelo programa.

Diante da reação dos setores envolvidos, um novo acordo entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças partidárias do Congresso estabeleceu que o Perse será tratado em um projeto de lei com urgência constitucional para ser discutido entre o ministério, o parlamento e o setor produtivo.

Os representantes dos setores beneficiados pelo programa lotaram o auditório Petrônio Portela, a galeria e as salas de comissões do Senado para acompanhar a sessão que foi presidida pelo senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), vice-presidente da Frente e autor do requerimento para a sua realização.

Para o senador Veneziano Vital, é inegável que o Perse continua sendo fundamental para a recuperação do setor hoteleiro. “O programa trouxe um novo fôlego e uma perspectiva de retomada gradativa e paulatina. Voltamos a ter uma vida normal, mas não a ponto de se dizer que tudo está como antes da pandemia. Longe disso, os números mostram, nesse início de ano, uma preocupação pelos percentuais que indicam uma possível estagnação. É compreensível, de nossa parte, que nós implementemos esse debate com o Governo Federal, da mesma forma como esse Congresso fez recentemente, no tocante aos 17 setores que foram desonerados e que a hotelaria não faz parte. Agora é hora de promovermos o debate sobre o Perse nas duas casas, discutindo e mostrando ao Poder Executivo a necessidade de mantê-lo beneficiando a hotelaria”, afirmou o senador.

O presidente da FPhotel, o deputado federal Gilson Daniel, abriu sua fala parabenizando os hoteleiros pela mobilização. “O movimento realizado aqui hoje pelos hoteleiros mostra aos parlamentares a importância com que o setor de hotelaria encara a permanência do Perse. Se o governo federal quer aumentar sua receita, ele tem que manter o Perse, pois o programa estimula o consumo que faz aumentar a receita dos municípios e estados. O Perse foi a maior vitória e conquista dos setores envolvidos. Eles nunca haviam recebido qualquer tipo de incentivo ou benefício e o turismo é muito importante para nossa economia, basta olhar seus números com relação a geração de emprego e renda”, afirmou o presidente da FPhotel.

Segundo Manoel Linhares, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - ABIH Nacional, ações como essa são fundamentais para deixar claro que sem poder contar com os benefícios do programa, centenas de meios de hospedagem podem encerrar definitivamente suas atividades, milhares de empregos serão perdidos e incontáveis vagas deixarão de ser geradas. “O Perse não é um capricho; é uma necessidade, é um salva-vidas que nos permite nadar contra a correnteza, rumo a um horizonte de recuperação e prosperidade. Revogá-lo seria retirar esse salva-vidas no meio de uma tempestade ainda não completamente superada”, afirmou o presidente da ABIH Nacional, que lembrou ainda que o programa foi aprovado em maio de 2021, após votações na Câmara e no Senado, e desempenha um papel crucial na recuperação de empresas de hotéis, eventos e turismo, segmentos que somam 3,7 milhões de postos de trabalho e representam 4,5% do PIB nacional e tiveram prejuízos estimados em R$ 61,5 bilhões durante a pandemia.